As reações ao acordo assinado entre o presidente Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un não se fizeram esperar e uma das primeiras foi precisamente a do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, que louvou o acordo e demonstrou disponibilidade para encetar negociações com Pyongyang sobre os raptos de cidadãos japoneses durante a Guerra Fria.
"Estou determinado que o Japão terá de enfrentar diretamente a Coreia do Norte e resolver [os raptos] bilateralmente", disse Abe aos jornalistas. A questão foi levantada por Trump na conferência de imprensa que deu no final da cimeira, afirmando que os norte-coreanos se comprometeram a "trabalhar sobre o assunto".
No entanto, o acordo assinado não tem qualquer referência ao rapto de cidadãos japonês nas décadas de 70 e 80, levantando dúvidas sobre se a questão virá mesmo a ser abordada e resolvida nos próximos tempos. Pyongyang chegou inclusive a afirmar no passado que essa questão com o Japão já foi resolvida.
O governo japonês possui uma lista composta por 17 cidadãos japoneses raptados pelo Estado norte-coreano com o objetivo de ensinarem japonês nas décadas de 70 e 80. Destas 17, cinco voltaram ao Japão com as suas famílias em 2002, com Pyongyang a insistir que oito dos ainda desaparecidos faleceram entretanto e que os restantes quatro nunca entrarem em território norte-coreano.