Itália volta a recusar receber um barco de migrantes com 226 pessoas a bordo. “Esse barco não vai tocar em solo italiano. As ONGs que levem toda a carga de seres humanos para Gilbraltar, Espanha, França ou para onde eles quiserem”, disse o ministro do Interior e vice-presidente, Matteo Salvini, esta quinta-feira como avança o jornal espanhol La Vanguardia.
Depois do que se passou com o Aquarius, o navio holandês Lifeline, que é operado pela ONG alemã Mission Lifeline, tentou entrar na costa italiana. “A guarda costeira italiana escreveu-lhes para que não se movimentassem, que ficassem na Líbia, mas estes desgraçados, pondo inclusivamente em risco a vida dos migrantes nestes barcos, não nos ouviram e intervieram carregando a quantidade de carne humana a bordo”, acusou o vice-presidente acrescentando que “o barco só verá Itália num postal porque as regras são para respeitar”.
Salvini garantiu ainda “estas organizações com funcionários estrangeiros, fundos estrangeiros e a navegar com bandeiras estrangeiras não tocarão mais em solo italiano”, acusando as ONGs de serem “traficantes de pessoas”.
Esta é mais uma manifestação das políticas anti-refugiados anunciadas pelo ministro do Interior e que foram postas em prática no início deste mês. “Ou nos dão uma mão para controlar as fronteiras e pôr em segurança o nosso país, ou teremos de escolher outras vias”, exigiu Salvini à União Europeia