Depois das buscas que envolveram a sociedades anónimas desportivas (SAD) do Sporting de Braga e do Vitória Sport Clube, realizadas esta quarta-feira pela Polícia Judiciária do Porto na sequência da uma investigação à Turismo do Porto e Norte de Portugal, o Ministério Público (MP) constituiu cinco arguidos no processo, avança o Correio da Manhã.
Em causa estão os contratos dos patrocínios da Turismo do Porto e Norte de Portugal quer à equipa de futsal de Braga durante a participação na UEFA Futsal Cup em Madrid, quer à equipa de futebol do Vitória de Guimarães, na final da Taça de Portugal do ano passado.
Segundo uma nota publicada pela Procuradoria-Geral Distrital do Porto (PGDP), foram realizadas 16 buscas domiciliárias, 16 buscas a veículos automóveis e 34 buscas não domiciliárias, onde se inclui a SAD do Sporting de Braga e do Vitória Sport Clube, assim como “entidades ligadas ao turismo” e uma Câmara Municipal.
Da parte do SC Braga, houve já a confirmação de que o clube “recebeu esta quarta-feira uma solicitação por parte da Polícia Judiciária (PJ) no sentido da prestação de informação sobre o contrato de patrocínio celebrado com a Turismo do Porto e Norte de Portugal”, pode ler-se no comunicado. Para além disso, o SC Braga acrescenta que “partilhou a documentação existente e prestou à PJ a sua total colaboração”.
O contrato em causa, celebrado entre a Turismo do Porto e Norte de Portugal e os clubes, envolve 15 mil euros, no caso da SC Braga. No que toca ao Vitória Sport Clube, não foi possível apurar o valor do contrato. Na investigação estão em causa os crimes de tráfico de influência, abuso de poder, participação económica em negócio, corrupção passiva e corrupção ativa de titular de cargo público, assim como recebimento indevido de vantagem de titular de cargo público, fraude e desvio na obtenção de subsídios, prevaricação de titular de cargo político, peculato de titular de cargo político e falsificação de documento.
Da parte da Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, presidente da empresa, disse à Lusa que está de “consciência tranquila”. “Vou prestar todas as informações e toda a ajuda que me for solicitada, para esclarecer a situação e defender o meu bom nome e da entidade”, afirmou.
Ainda segundo a nota da PGDP, as buscas feitas em conjunto pela PJ e por magistrados do MP decorreram nas comarcas do Porto, Viana do Castelo, Viseu, Braga, Bragança, Lisboa e Faro.