Aposta no 5G para liderar mercado

Altice Portugal, em parceria com a Huawei, fez primeira demonstração em rede comercial de 5G, uma tecnologia que quer liderar em Portugal e na qual o país pode ser pioneiro a nível global.

O 5G deverá representar mais de 30% do total das ligações móveis na Europa em 2025, com 214 milhões de utilizadores. A nível global, o 5G responderá por 14% do total das ligações, a maioria nos grandes centros urbanos e polos industriais. Mais de metade das empresas (57%) pretende utilizar o 5G para suportar a Internet of Things (IoT), um dos principais polos do investimento futuro em Tecnologias de Informação. 

É com este pano de fundo que a Altice Portugal, a maior operadora portuguesa, está a trabalhar com a gigante chinesa de eletrónica Huawei para tornar Portugal líder europeu no desenvolvimento e implantação de redes 5G de última geração.

«Acredito que o mercado português vai ser o primeiro a nível mundial a usar a tecnologia 5G», afirmou o presidente executivo da Altice Portugal no fim da primeira demonstração da tecnologia em ambiente de rede comercial. A expectativa de Alexandre Fonseca, devido a «várias questões que ainda precisam de resposta, como o investimento versus rentabilidade do negócio», é que os consumidores só acedam ao 5G em 2021 ou 2022. 

O objetivo desta demonstração, apoiada num terminal pré-comercial 5G da Huawei – teve como objetivo refletir o ecossistema desde o terminal de cliente até às plataformas de serviço. «Liderar o processo de desenvolvimento e implementação do 5G em Portugal é uma prioridade estratégica para a Altice Portugal», vincou o CEO da dona da MEO. Já Chris Lu, CEO da Huawei em Portugal revelou que o terminal que serviu de base à demonstração, deverá ser disponibilizado comercialmente na Europa «muito em breve».

A inovação tecnológica mundial na área das telecomunicações tem passado por Portugal – como por exemplo os primeiros telemóveis pré-pagos – e a densa rede de fibra ótica que cobre o país torna-o propício para o desenvolvimento deste novo padrão de ligações. Para além de velocidades 20 Gbps, o 5G deverá garantir tempos de resposta menores (latências de 1ms [milissegundo]) e permitir 1 milhão de dispositivos ligados por km².

O desenvolvimento desta tecnologia levou a que ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações tivesse anunciado a libertação da banda de frequências dos 700 Mega-Hertz (MHz), que vai deixar de ser usada pela TDT para poder acomodar o 5G.

Quanto ao leilão de venda de espetro para o 5G, o CEO da Altice Portugal alertou que «não se pode, uma vez mais, cair na tentação de ver este leilão como uma ferramenta de financiar reguladores (…) e Estados». Para Alexandre Fonseca, o 5G tem de ser visto «como um paradigma de desenvolvimento social».