Só nos primeiros seis meses do ano foram produzidos em Portugal quase 155 mil automóveis, um crescimento de 84% face a igual período do ano passado, essencialmente à custa do novo modelo da Volkswagen, o T-Roc, produzido unicamente na Autoeuropa. As contas são da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP) e garante que, desde o início do ano, a «produção automóvel nacional tem vindo a apresentar uma taxa de crescimento homólogo acima dos três dígitos».
Em junho foram produzidos no país 27.467 automóveis, um crescimento de 104,7% face a junho do ano passado, elevando ainda mais o total da produção na primeira metade do ano.
A contribuir para este aumento está a produção do novo SUV da fábrica de Palmela, uma vez que representa mais de metade da produção nacional, de acordo com os dados da ACAP. Perante a crescente procura por este modelo, a Autoeuropa reforçou a produção deste modelo para dois veículos por hora. A seguir vem a Peugeot Citroën com mais de 24 mil veículos, em terceiro está a Mitsubishi Fuso Truck Europe (três mil unidades) e em quarto aparece a Toyota Caetano (mil unidades).
Quase todos os veículos produzidos no país são exportados (96,9%), mantendo-se a Europa como principal mercado externo (91,4%), a ser liderado pela Alemanha (20,9%), França (14,7%), Espanha (11,6%) e Itália (10,6%). Em segundo está o mercado asiático, com a China a liderar (2,9%).
A produção do T-Roc também ganha um peso importante nas exportações. De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações totais de mercadorias registaram um crescimento de 6,2% em maio, em que mais de metade desse volume diz respeito às exportações automóveis.
Segundo o INE, até maio, todas as empresas exportadoras sedeadas em Portugal venderam ao exterior quase 24,4 mil milhões de euros em mercadorias, dos quais cerca de 1,6 mil milhões foram automóveis para transporte de passageiros.
Aliás, face a este peso do T-Roc o porto de Setúbal anunciou no ano passado um investimento de 31 milhões de euros para ajudar a exportar o modelo fabricado em Palmela. A maior parte do investimento – 25 milhões de euros – tem como objetivo aprofundar os canais de navegação. A restante verba será usada na intervenção ferroviária com vista a duplicar a capacidade atual dos comboios.