Os cientistas da Universidade de Queensland, liderados por Kendall Jones, concluíram que a maioria das zonas selvagens analisadas se encontra nos oceanos Ártico e Antártico, assim como nas ilhas mais remotas do Pacífico e é nas zonas costeiras próximas à atividade humana que a vida marinha é menos florescente.
"As zonas marinhas que podem ser consideradas intactas são cada vez mais raras, à medida que as frotas mercantes e pesqueiras estendem o seu campo de ação a quase a totalidade dos oceanos do mundo e onde os escoamentos de sedimentos sepultam numerosas zonas costeiras", explica o autor do estudo.
"A evolução da tecnologia no transporte marítimo significa que as zonas mais afastadas e selvagens podem ser ameaçadas no futuro, incluindo as zonas outrora cobertas de gelo e agora acessíveis devido às mudanças climáticas", refere ainda.
De acordo com os investigadores do estudo, apenas 5% das zonas selvagens se encontram em zonas protegidas, sendo que o resto é muito mais vulnerável.
"As regiões marítimas selvagens são um habitat vital em níveis incomparáveis, com uma enorme abundância de espécies e de diversidade genética, o que lhes dá resistência ante ameaças como as mudanças climáticas", explicou James Watson, da Sociedade Australiana de Conservação da Vida Selvagem.