O governo brasileiro decidiu ontem reforçar o contingente militar na fronteira do Roraima, onde no sábado moradores da cidade atacaram e queimaram um aglomerado de barracas onde imigrantes venezuelanos se tinham instalado, depois de um comerciante ter sido assaltado e espancado, alegadamente por venezuelanos. A violência levou 1200 venezuelanos a cruzar de novo a fronteira de caraíma para o seu país, com receio de novos ataques, enquanro a governadora do estado, Suely Campos ameaçava fechar temporariamente a fronteira.
Não é a única questão envolvendo venezuelanos nos últimos dias nos países vizinhos, para onde milhares de pessoas têm fugido por questões económicas. A partir de sábado o governo do Equador, apesar dos acordos diplomáticos com a Venezuela, passou a exigir o passaporte aos venezuelanos que tentam cruzar a fronteira, o que levou a muitos protestos daqueles que tentam fugir à crise económica no seu país. Pressão que acabou por resultar num recuo parcial das autoridades equatorianas, que retiraram essa exigência para as crianças e adolescentes que chegam acompanhados dos pais ou com responsáveis devidamente munidos da documentação.
Também o Peru decidiu passar a exigir passaporte aos venezuelanos que pretendam entrar no país a partir do dia 25, uma exigência que torna tudo mais complicado para os venezuelanos que querem imigrar, dado que para tirá-lo é preciso pagar até 1500 dólares para o obter.
A pressão migratória dos venezuelanos nos países vizinhos está a levar os governos locais a agir de forma a travar o fluxo contínuo de pessoas que tentam fugir à crise económica. De acordo com a estimativa da ONU, 2,3 milhões de venezuelanos deixaram o país. A Colômbia deu residência temporária a 800 mil, no Peru há uns 400 mil, no Equador estão 250 milterão centenas de milhares deles cruzaram as fronteiras terrestres com o Brasil e a Colômbia. A cidade brasileira de Boa Vista, com 330 mil habitantes, calcula que tenha cerca de 40 mil venezuelanos.