O ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, continua a liderar as sondagens para as presidenciais de 7 de outubro. E, apesar de estar preso, aumentou em 5% as intenções de voto, comparativamente com maio. Segundo uma sondagem divulgada esta segunda-feira, Lula da Silva mantém-se como o candidato favorito dos brasileiros, com 37,3% dos votos (32,4% em maio).
Seguem-se Jair Bolsonaro (PSL, com 18,3%), Marina Silva (Rede, com 5,6%), Geraldo Alckmin (PSDB, com 4,9%), Ciro Gomes (PDT, com 4,1%) e Alvaro Dias (Podemos, com 2,7%). Quanto aos restantes candidatos, de acordo com a imprensa brasileira, não alcançam 1% das intenções de voto. Já os brancos, nulos e os eleitores ainda indecisos somam 23,1%.
Esta é a primeira sondagem oficial depois de terminado o prazo de inscrição dos candidatos à presidência, na passada quarta-feira, dia 15. Apesar de Lula da Silva liderar as preferências do eleitorado brasileiro, o ex-presidente não poderá, por enquanto, ser eleito, apesar de a sua inscrição, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), ter sido aceite.
O ex-presidente está preso desde 7 de abril, ao abrigo de um processo em que é acusado de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro, por alegadamente ter recebido subornos da construtora OAS. A possibilidade de se candidatar e ser eleito tem sido amplamente debatida por juristas. Isto porque o Brasil tem uma legislação laboral conhecido como “lei da ficha limpa”, que impede qualquer cidadão condenado em duas instâncias de apresentar candidaturas a cargos eletivos. Mesmo assim, na semana passada, o PTdesafiou a justiça e inscreveu o nome do ex-presidente na corrida eleitoral. A inscrição foi aceite, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda terá de se pronunciar sobre se Lula é, ou não, inelegível.
A decisão caberá a Rosa Weber, que preside ao tribunal, sendo que entretanto o Ministério Público – ou qualquer um dos outros 12 candidatos às presidenciais – pode impugnar a candidatura. Caso Lula da Silva seja impedido de ir a votos (no Brasil acredita-se que este é o cenário mais provável), o PT avançará com o nome de Fernando Haddad para candidato a presidente, enquanto Manuela d’Ávila, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), é a candidata a vice-presidente.