Não são um casal homossexual, são só amigos. A organização não governamental que detém a marca "Rua Sésamo" esclareceu esta terça-feira que Egas e Becas não passam de bonecos sem orientação sexual, depois de terem vindo a público notícias, nos últimos dias, a dar conta de que as duas personagens da série televisiva seriam gays.
Um dos criadores do programa, o guionista Mark Saltzaman, deu uma entrevista à "Queerty" em que falou abertamente da sua sexualidade e da relação com o editor Arnold Glassman, que também trabalhou na "Rua Sésamo" e que faleceu em 2003. Saltzaman acabou por contar que Egas e Becas eram um casal inspirado na sua relação com Glassman. "Sempre senti que quando estava a escrever o Egas e o Becas eles eram homossexuais. Não tinha qualquer outra forma de os contextualizar. (…) Não acredito que saberia escrevê-los de outra forma que não como um casal amoroso", revelou.
A notícia rapidamente correu os média do mundo inteiro, até porque há décadas que os fãs da "Rua Sésamo" debatiam a possibilidade de Egas e Becas – dois amigos que partilhavam o mesmo quarto – serem gays. Mas a "Rua Sésamo" garante que é falso que sejam um casal.
"Como sempre dissemos, Egas e Becas são melhores amigos", lê-se num comunicado agora divulgado, que prossegue: "Foram criados para ensinar às crianças que as pessoas podem ser melhores amigas apesar de serem muito diferentes. Apesar de serem apresentados [ao público] como tendo características masculinas e humanas (tal como a maior parte dos bonecos da "Rua Sésamo"), não deixam de ser bonecos e não têm orientação sexual".
Horas depois de ter divulgado o comunicado, a "Rua Sésamo" acrescentou que o programa "sempre foi pela inclusão e pela aceitação" e um "lugar onde pessoas de todas as culturas e contextos são bem-vindas".