Liga Europa. Pé ante pé se cumprem os objetivos mínimos

Sem fazer uma exibição de encher o olho, como tem sido norma nos jogos já realizados esta época, o Sporting conseguiu ainda assim uma vitória (2-0) relativamente tranquila diante de um Qarabag esforçado, mas que não conseguiu disfarçar as evidentes limitações

O primeiro capítulo do regresso de José Peseiro à Liga Europa (antiga Taça UEFA) como treinador do Sporting sorriu ao técnico e à equipa leonina. Sem fazer uma exibição transcendente, os leões fizeram ainda assim o suficiente para ganhar e entrar da melhor forma na competição. No fundo, exatamente à imagem do que tem acontecido até agora nesta temporada: o Sporting não deslumbra, mas cumpre – curiosamente, a tal equipa de Peseiro em 2004/05 era exatamente o oposto: o espetáculo dado dentro de campo acabou por não ter qualquer correspondência no número de troféus conquistados.

Desde logo uma novidade no onze inicial para o encontro frente ao desconhecido Qarabag, pentacampeão do Azerbaijão: Gudelj, internacional sérvio contratado nas últimas semanas do mercado de verão, fez a estreia com a camisola leonina, atuando ao lado de Battaglia no meio-campo. Acuña, que vinha a ser utilizado no miolo do terreno, recuou para lateral-esquerdo, com Mathieu, regressado de lesão, a voltar ao posto que tinha vindo a ser ocupado por André Pinto nos últimos jogos.

A primeira ocasião de perigo – das pouquíssimas a registar no jogo – chegou aos sete minutos, precisamente pelo central francês, com Vágner (ex-guarda-redes do Boavista) a defender para canto. Cinco minutos depois, um erro tremendo de Coates, com perda de bola à entrada da sua área, permitiu a Madatov rematar para defesa de Salin.

Daí até aos 40 minutos, um longo e enorme bocejo. Só uma jogada conduzida por Bruno Fernandes acordou o estádio, com Vágner a cortar em carrinho. No lance seguinte, Montero tentou o golo de calcanhar, mas o guarda-redes brasileiro evitou que houvesse festa colombiana.

Os primeiros motivos de celebração chegariam aos 54’, com Nani a arrancar pela direita e a cruzar para o flanco contrário. Ao segundo poste, Raphinha apareceu fulgurante e pôs o Sporting na frente. Três minutos depois, Salin negou os intentos de Emeghara, no que seria a última real ocasião de perigo para os azeris. O Sporting, pelo contrário, rondou o golo aos 62’, com o cruzamento de Acuña a não ser aproveitado por nenhum colega, mas também aos 82’, com o cabeceamento de Ristovski a rasar o poste direito da baliza de Vágner.

Faltavam os aplausos para Nani e a entrada nos minutos finais de Jovane… que confirmaria de pronto a aura de coqueluche: aos 88’, e na primeira vez em que tocou na bola, o jovem cabo-verdiano apareceu na área para finalizar após passe de morte de Raphinha. Haveria ainda tempo para estrear Diaby, avançado maliano contratado praticamente ao mesmo tempo de Gudelj.

 

Influência lusa Na próxima ronda, os leões deslocam-se à Ucrânia para defrontar o Vorskla Poltava, esta quinta-feira derrotado em grande estilo pelo Arsenal: 4-2. Aubameyang, com um bis, foi a figura do encontro, com Welbeck e Ozil a fazer os outros golos dos gunners – Chesnakov e Sharpar reduziram a desvantagem já nos minutos finais.

No resto da jornada europeia, destaque para a goleada do Sevilha na receção ao Standard Liège: 5-1, com Daniel Carriço no onze dos andaluzes e Orlando Sá titular nos belgas. André Silva não saiu do banco no Sevilha. Na Turquia, os russos do Krasnodar venceram o Akhisar (que contou com Josué) por 1-0.

Também em Espanha, na estreia de Steven Gerrard como treinador na fase de grupos da Liga Europa, houve influência portuguesa. O Rangers conseguiu empatar (2-2) no terreno do Villarreal, com o primeiro golo dos escoceses a surgir por intermédio de uma assistência de Candeias, antigo jogador de FC Porto, Nacional ou Benfica. O outro jogo do grupo G terminou com uma surpreendente derrota do Spartak Moscovo: 2-0 em casa do Rapid Viena.

Grande surpresa chegou também de França: o Marselha até entrou praticamente a ganhar na receção ao Eintracht de Frankfurt, mas acabaria por permitir a reviravolta, com o golo decisivo dos alemães a surgir aos 89’ por Luka Jovic, avançado sérvio que ainda pertence aos quadros do Benfica. Em Roma, nem por isso: a Lazio fez jus ao favoritismo e derrotou os cipriotas do Apollon (com Bruno Vale e João Pedro em campo): 2-1.

Sem Quaresma mas com Pepe em campo os 90’, o Besiktas bateu os noruegueses do Sarpsborg por 3-1, assumindo a dianteira do grupo I em igualdade pontual com o Genk, da Bélgica, que derrotou o Malmo por 2-0. Na Grécia, o PAOK, afastado da fase de grupos da Liga dos Campeões pelo Benfica, perdeu em casa com um Chelsea com várias segundas linhas: 0-1, golo de Willian logo aos sete minutos. Vieirinha foi o capitão dos gregos. Na frente do grupo L está, porém, para já o BATE Borisov, que foi à Hungria derrotar o Mol Vidi por 2-0.

Além da dupla surpresa no grupo D, com Dínamo de Zagreb a golear o Fenerbahçe (4-1) e os eslovacos do Spartak Trnava a bater o Anderlecht (1-0), destaque ainda para o grupo F, onde o gigante AC Milan apadrinhou a estreia na fase de grupos dos luxemburgueses do Dudelange. Higuaín, aos 59’, apontou o golo que ditou o 0-1 final. No outro jogo do grupo, o Olympiacos, agora orientado por Pedro Martins e com Podence no onze, e o Bétis, que não contou com William Carvalho, não saíram do nulo.