João Ribas, diretor artístico do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, apresentou esta sexta-feira à noite a sua demissão à administração da Fundação Serralves.
O diretor afirmou que “já não tinha condições para continuar à frente da instituição”.
A demissão surge na sequência da proibição da entrada de jovens menores de 18 anos na exposição dedicada ao fotógrafo norte-americano Robert Mapplethorpe, recorda o jornal Público. Em causa estavam algumas obras com conteúdo sexualmente explícito que a administração terá imposto que fossem retiradas da exposição, entre elas, uma das imagens de marca do fotógrafo.
Quando questionada sobre o assunto, a administração da Fundação Serralves respondeu ao mesmo jornal que a exposição é “composta por 159 obras do autor, escolhidas pelo curador desta apresentação”, admitindo que algumas das fotografias que contavam da lista inicial foram retiradas por João Ribas mas justificando a decisão como “uma questão de layout expositivo”. “O curador desta exposição retirou um conjunto de 20 obras correspondentes a várias fases do trabalho de Robert Mapplethorpe, apenas e só por uma questão de uniformidade desta mostra e não baseada em qualquer outro fator”, explicou a Fundação.
O Público avança ainda que esta justificação foi a razão que fez o diretor decidir demitir-se.
Ao mesmo jornal Ribas tinha garantido que nesta retrospetiva não haveria “censura, obras tapadas, salas especiais ou qualquer tipo de restrição a visitantes de acordo com a faixa etária”. Estas restrições já tinham sido colocadas noutros espaços que exibiram a exposição.
A Fundação Serralves afirma que a restrição colocada para maiores de 18 anos “existente na exposição foi colocada de acordo com a legislação em vigor”.