Esta segunda-feira, Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros português, reuniu-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza. O ministro português revelou que teve uma conversa “dura” com Jorge Arreaza e que este acedeu ao pedido de “acesso imediato aos portugueses detidos” na Venezuela, para “lhes ser garantida a devida proteção consular”.
Santos Silva disse ao ministro venezuelano que “havia uma linha vermelha” para Portugal e que se não houver “progressos na superação” do problema sofreriam “consequências nas relações bilaterais”.
Foi uma “conversa muito franca, muito dura, não escondo isso. Não se tratou de um encontro diplomático habitual”, acrescentou o ministro português.
Segundo Santos Silva, o caso dos sete portugueses e cinco lusodescendentes que foram detidos “por incumprimento de uma lei que é impossível de cumprir”. A preocupação geral quanto a Caracas é acerca das centenas de milhares de portugueses que vivem na Venezuela e que se encontram em numa situação crítica e, que por isso, não podem ser “objeto de iniciativas da parte das autoridades venezuelanas que põem em perigo a sua subsistência”, explicou o governante português.
Jorge Arreaza negou ter alguma ação contra os portugueses e esclareceu que se tratou de “uma detenção de gestores ou gerentes que não estavam a cumprir a lei, e que, portanto, estavam a açambarcar alimentos ou estavam a impedir que a população tivesse acesso a bens essenciais”.
"Não é possível exigir que estabelecimentos comerciais tenham produtos quando a cadeia de fornecimento não funciona e não é possível exigir que estabelecimentos cumpram preços tabelados administrativamente que são inferiores aos custos que os estabelecimentos têm na provisão desses bens", sublinhou o ministro português.