Augusto Baganha está, esta terça-feira, no Parlamento para explicar o fim do seu mandato à frente do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), decisão tomada pelo Governo, e começou por denunciar as pressões que sofreu por parte do mesmo.
“O secretário de Estado enviou por SMS o telemóvel do advogado do Benfica para a minha colega do Conselho Diretivo para que fosse resolvido o processo de interdição do estádio da Luz em 2017 e fê-lo de uma forma impulsiva”, disse Baganha, referindo-se a João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto.
Antes de revelar este momento com o secretário de Estado, o ex-presidente do IPDJ afirmava ter sofrido “pressões ilegítimas e em privado por parte de membros do Governo” e não revelava o conteúdo destas conversas por terem sido “sem a participação de terceiros”.
“Não as posso revelar, não por não terem relevância para o assunto que aqui nos traz, mas porque ocorreram em privado e podiam ser desmentidas”, afirmou.
Augusto Baganha disse ainda que o próprio organismo que presidia recebeu vários ataques direcionados à sua pessoa “de forma dura e ameaçadora, protagonizados por dirigentes de clubes de futebol”. Contudo, estes ataques terão acontecido de “forma legítima e pública ainda que, por vezes, com excesso de linguagem ofensiva”.
O Bloco de Esquerda e o CDS pediram a Baganha informações concretas sobre as pressões que este diz ter sofrido e questionaram o momento em que decidiu denunciá-las.
“Só quando a direção foi exonerada é que levantou essa questão? Porquê”, perguntou Luís Monteiro, do BE.
“Quem pressionou, como e quando?”, questionou João Almeida, do CDS.