Os trabalhadores de bilheteiras e revisores da CP avançaram com um pré-aviso de greve para a próxima segunda-feira. O protesto terá a duração de 24 horas – incluindo os turnos de domingo e de terça – e pretende reivindicar mais comboios e a negociação de um contrato coletivo.
O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), que anunciou o pré-aviso de greve num comunicado enviado às redações, critica o Ministério das Finanças de "bloquear os acordos entre o Ministério do Planeamento, a CP e o SFRCI", deixando por contratar "88 trabalhadores para o comercial da CP (Revisores, trabalhadores para as bilheteiras)".
O "aluguer do material circulante para fazer face aos problemas existentes também não avançou, o concurso público para compra de novos comboios ainda não foi lançado e a negociação da contratação coletiva que se iniciou na CP em 2016, está paralisada", pode ainda ler-se no comunicado.
O SFRCI acrescentou que "Ministério do Planeamento e Infraestruturas e CP-Comboios de Portugal afirmaram [em resposta ao sindicato] que o bloqueio à aplicação dos acordos se verificava no Ministério das Finanças".
"Perante o incumprimento/bloqueio realizado pelo Ministério das Finanças aos acordos celebrados pelo Ministério do Planeamento, CP-Comboios de Portugal e SFRCI, aos trabalhadores só resta o conflito laboral, pois não se entende a política de gestão danosa que o Ministério das Finanças impõe à CP-Comboios de Portugal", reforçam.
Com esta greve, o sindicato alerta que "a CP deixa de cobrar milhares de euros", seja na compra do bilhete, seja na revisão do mesmo. "Existem comboios que transportam cerca de 900 utentes (mais de oito carruagens ou mais de uma unidade indivisível) que por questões de segurança, deveriam circular com dois revisores e circulam só com um, colocando em risco a segurança dos utentes e da circulação", acrescentam.