O governo espanhol vai aumentar o salário mínimo dos atuais 735,90 (pago em 14 meses ou 858,55 em 12 meses) para os 900 euros. A medida foi acordada entre um dos partidos que sustenta o executivo espanhol, o Unidos Podemos, e o PSOE, que compõe o governo, e está espelhada num documento de 50 páginas com importantes reformas para o Orçamento de Estado espanhol de 2019.
No documento pode ler-se que "após sete anos de cortes e asfixia dos governos do PP", a "maioria dos cidadãos deste país foram empobrecidos enquanto se privilegiou uma minoria, com medidas destinadas a corroer o Estado Social".
A liderança do Unidos Podemos, com Pablo Iglesias à cabeça, e a do PSOE, liderado por Pedro Sánchez, estiveram esta semana em intensas reuniões pela noite adentro para chegarem a um acordo sobre o próximo orçamento de Estado.
O documento também inclui outras medidas com enfoque nos gastos sociais, como o aumento no orçamento no plano da habitação do Estado, mais proteção para os inquilinos e regulação dos municípios sobre os preços dos alugueres de casas nas zonas mais turistificadas. Em termos de impostos, haverá um aumento de 1% sobre os rendimentos superiores a dez milhões de euros.
Depois de o governo popular de Mariano Rajoy ter liberalizado o mercado de trabalho espanhol, Unidos Podemos e PSOE acordaram em se avançar com uma reforma laboral para revogar os "aspetos mais prejudiciais da reforma laboral de 2012, particularmente em matéria de negociação coletiva".
Para continuar a governar, o PSOE precisa do apoio parlamentar do Unidos Podemos e dos independentistas catalães e bascos. Não é certo que o orçamento seja aprovado por quem apoiou o PSOE no derrube do governo popular de Rajoy e a subida ao poder dos socialistas. No entanto, estas medidas aproximam a possibilidade de aprovação e mostram que o Unidos Podemos, o principal parceiro parlamentar, está disponível para levar a atual legislatura até ao fim.