De acordo com o último Relatório Anual da Segurança Interna (RASI), os casos de violação registados no ano passado em que os agressores eram familiares ou conhecidos das vítimas representou 55% dos 408 casos reportados no total.
Os dados dizem ainda que, na maior parte dos casos, as vítimas só se consciencializaram do sucedido muito tempo depois. “Muitas mulheres acabam por naturalizar a questão das relações sexuais forçadas porque julgam que o contacto sexual é uma obrigação que deriva da formalidade do casamento. Assumem como obrigação sua ter relações com o marido independentemente da sua vontade”, explicou ao “Público” Sofia Neves, investigadora na área da violência do género no Instituto Universitário da Maia.
O relatório diz ainda que apenas 31% dos agressores desconhecia as vítimas.