A líder do Bloco de Esquerda considera que as remodelações nos governos «são normais». Contudo, admite que a mudança dos ministros da Saúde, Economia e Cultura – conhecida esta manhã – "apanha o país um bocadinho desprevenido". Apenas a alteração no Ministério da Defesa era «esperada», depois da demissão de Azeredo Lopes.
Apesar da surpresa, a bloquista sublinha que agora não é importante discutir os nomes escolhidos para substituir os antigos ministros, mas sim «as decisão que vêm» e «o que vai acontecer».
«Há duas preocupações que nós temos e que não posso esconder. Uma preocupação com a saúde e o caminho da Lei da Bases da Saúde. Veremos se a remodelação corresponde a um esforço de fazer avançar dossiês que são tão importantes como esse», referiu hoje Catarina Martins, à margem da participação na Universidade de Outono do Podemos, em Madrid.
A outra preocupação do Bloco de Esquerda é a «questão da energia». «Pela primeira vez há alguma capacidade de fazer a EDP pagar pelos sobrecustos que tem tido. O Bloco tem-se empenhado muito nesse dossiê. Esperemos que esse trabalho seja para continuar e para aprofundar e que não haja nenhum retrocesso», avisou a líder dos bloquistas.
Recorde-se que a mudança dos ministros da Defesa, da Economia, da Saúde e da Cultura, hoje aceite pelo Presidente da República, é a terceira remodelação em termos ministeriais e a mais abrangente no governo chefiado por António Costa.