O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, começou o seu discurso a atacar a direita por não ter em conta o ponto da Unidade Técnica de Apoio Orçamental que reconhece a descida da carga fiscal. “Não há emojis para tamanho descaramento da direita”, argumentou o também dirigente do BE.
O tom da intervenção de Pedro Filipe Soares foi muito duro para a direita, mas o deputado também não foi brando com o PS. As medidas aplicadas nos últimos três anos “aconteceram com o PS ou a apesar do PS?”. Para Pedro Filipe Soares “demasiadas vezes ouvimos dizer que a grande virtude do PS é ser o travão destas escolhas. É exatamente o contrário: sempre que acreditámos que era possível uma política de redistribuição, era possível”. O dirigente elencou também as batalhas ganhas pelo Bloco de Esquerda, como a redução das propinas, negociada com o governo“na 25ª hora”, e fechou a intervenção a lembrar que o Orçamento ficará, agora, nas mãos do Parlamento e existem matérias que ainda não estão fechadas para o BE: energia, as longas carreiras contributivas e o IVA nos espetáculos. “Não é o governo que vai votar. Quem define a conjuntura dos resultados da política são as deputadas e os deputados deste parlamento”, concluiu.