Segundo o Correio da Manhã, Ivo Rosa considerou que se trata de uma prova evasiva dos direitos e liberdades individuais e questiona a qualidade em que as pessoas foram alvo de buscas: “três nem sequer eram suspeitos”, refere o juiz no despacho de abertura de instrução. Por isso, o juiz não permite que a correspondência eletrónica passe de um caso para o outro.
Recorde-se que o processo Máfia do Sangue teve origem no caso Marquês: o MP analisou todos os contratos celebrados pela Octapharma, empresa de Lalanda que contratou José Sócrates, celebrados entre 1999 e 2005. O objetivo era perceber a relação com o antigo primeiro-ministro, que, antes de ter sido detido, tinha uma avença com a empresa. Alguns destes contratos levaram a que o MP abrisse uma nova investigação, que culminou na detenção do antigo presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo. Luís Cunha Ribeiro é suspeito de ter montado um esquema com a farmacêutica de Lalanda de Castro, esquema esse que faz com que a Octapharma controlasse todo o fornecimento de plasma ao Serviço Nacional de Saúde.
No despacho, Ivo Rosa tece ainda algumas considerações em relação a Carlos Alexandre: o juiz de instrução diz que o seu colega, responsável pela fase de investigação, deveria ter restituído a correspondência eletrónica apreendida aos quatros indivíduos envolvidos, depois de verificar que esta não era relevante para o caso.