Ascenso Simões. ‘Interessa um PS o mais forte possível’

Pergunta e resposta com o deputado do PS Ascenso Simões

O PS assinou há três anos um acordo com os partidos à sua esquerda. A experiência veio mostrar que foi a melhor decisão para o país? 
 

Nunca é possível responder se ‘foi a melhor decisão para o país’. Em política essas respostas taxativas são pobres. Mas o que se pode constatar é que a experiência de um governo minoritário do PS apoiado pelos partidos que se dizem mais à esquerda chegou a bom porto.
 
Tudo indica que o governo vai cumprir a legislatura. O PS teve de fazer muitas cedências para que isso fosse conseguido ou a estabilidade deve-se sobretudo à postura do Bloco de Esquerda e do PCP?
 

O PS nunca foi colocado numa situação de cedência dramática, porque todos entenderam que o insucesso desta solução faria regressar a troika de forma ampliada e irreversível. Importa dizer que o Bloco de Esquerda e o PCP são partidos de grande sentido institucional e isso permitiu a normalidade nas relações entre programas e posturas muito diferentes perante os problemas que se apresentaram.
 
O PS deve bater-se pela maioria absoluta para não estar dependente dos partidos de esquerda na próxima legislatura? 
 

Tenho dito sempre que o PS deve fazer tudo para ter uma maioria ampla. Não precisa de a pedir, basta que faça entender aos eleitores as razões porque dela precisa. As circunstâncias económicas e sociais não se vão repetir e, por isso, interessa um PS o mais forte possível.