Convenção do Bloco. Moção de Catarina Martins tem vitória esmagadora

Além da líder do partido, o texto é também subscrito por Pedro Filipe Soares e Marisa Matias

A moção A, intitulada "Um Bloco mais forte para mudar o país", obteve uma vitória esmagadora na XI Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, arrecando 459 votos e elegendo 625 delegados. O documento reúne as principais tendências do partido e tem como subscritores, além de Catarina Martins, o líder da bancada parlamentar do Bloco, Pedro Filipe Soares, e a eurodeputada do partido, Marisa Matias.

Além deste texto, estavam mais dois em discussão e votação: a moção M, "Um Bloco que não se encosta" – muito crítica da atual solução governativa – que teve 40 votos e a moção C, "Mais democracia, mais organização", que obteve 9 votos.

No texto subscrito por Catarina Martins, o objetivo para as eleições legislativas do próximo ano é claro: "Em 2019, o Bloco quer ser força de governo, com uma nova relação de forças".

"Um governo de esquerda dá uma garantia ao povo: defende o salário, a pensão e o emprego. Não aceita recuos, nem a precarização do trabalho, nem a redução do salário e da pensão. Esse governo fará o que o PS recusou fazer, partindo do ponto em que o PS travou, sem tibiezas", detalha.

A moção critica o PS por procurar "uma maioria absoluta ao centro" e abrir "a porta a convergências à direita". E considera que o atual líder do PSD, Rui Rio, se assume "já como futuro colaborador" de um governo socialista, "num bloco central subordinado" que tem tido como "obreiro" o Presidente da República.

O texto mais votado nesta convenção sublinha ainda que "a convergência à esquerda com o PCP é uma componente importante dos avanços sociais neste período e no futuro", mas não esquece as "divergências importantes em matérias como a paridade entre homens e mulheres, a legalização da canábis, a extensão da procriação medicamente assistida ou a despenalização da morte assistida".