Sondagem. AD e PS empatados com Chega a subir

PS recupera e anula vantagem da AD na sondagem da Consulmark2 para o SOL e Euronews.

Pouco mais de  um ponto percentual (1,4%) apenas é a distância que separa o PS de Pedro Nuno Santos da AD liderada por Luís Montenegro quando faltam menos de dois meses para as eleições legislativas, revela a sondagem realizada esta semana pela Consulmark2 para o Nascer do SOL e a Euronews.

Ou seja, o partido do Governo está a subir na intenção de voto dos portugueses desde o primeiro estudo – realizado em novembro, depois de desencadeada a crise política com a demissão de António Costa e o consequente anúncio da dissolução do Parlamento e convocação de eleições antecipadas para 10 de março –, confirmando a tendência já registada na consulta de dezembro. Inversamente, a AD, depois de um efeito agregador após a notícia do acordo entre PSD e CDS, tem vindo a perder eleitores.

Em significativo crescendo, e beneficiando do impacto mediático da Convenção deste fim de semana em Viana do Castelo, o Chega de André Ventura volta a ganhar fôlego, atingindo agora 18% das intenções de voto dos portugueses.

Estes valores têm em consideração a distribuição meramente aritmética dos inquiridos que não quiseram responder ou disseram não saber ainda em quem depositarão o seu voto no dia 10 de março.

Com estes resultados, se a incerteza é grande quanto à força política mais votada (há um empate técnico entre a Aliança Democrática e o Partido Socialista), já poucas dúvidas restam de que o hemiciclo de S. Bento vai passar a ter uma maioria de direita: além da bancada laranja ser engrossada pelo regresso do CDS assegurado pela AD, e do Chega reforçar muito significativamente o seu grupo parlamentar, também a Iniciativa Liberal    vê alimentadas as suas esperanças de conquistar mais deputados (soma agora 6,3%).

À_esquerda, a CDU de Paulo Raimundo regista uma pequena subida em relação aos estudos anteriores (para 3,3%), mas, ainda assim, continua muito longe da quarta força política (o BE de Mariana Mortágua, que tem 7,2%).

E o Livre de Rui Tavares (2,1%) mantém-se claramente acima do PAN_de Inês Sousa Real (1,2%).

O estudo revela ainda que os defensores de um acordo entre a AD e o Chega para permitir uma maioria de direita (37%) são quase tantos como os que defendem a ‘geringonça’ de esquerda (42%).

Pedro Nuno tem mais capacidades de liderança mas Montenegro tem mais perfil de PM

Independentemente da intenção de voto, e segundo este estudo da Consulmark2 para o Nascer do SOL e a Euronews, uma larga maioria dos portugueses atribui ao PS (64%) o favoritismo à vitória nas eleições de 10 de março, muito embora Luís Montenegro leve vantagem sobre Pedro Nuno Santos quando se pergunta qual dos dois líderes partidários tem mais perfil para primeiro-ministro. Isto não obstante o eleitorado reconhecer mais capacidades de liderança ao novo secretário-geral dos socialistas, que ganha também quando se fala de capacidade de comunicação ou no grau de proximidade com as pessoas. No entanto, o líder do PSD e da AD leva vantagem na simpatia e na credibilidade.  E se Pedro Nuno Santos se apresenta com maior conhecimento dos problemas do país, Luís Montenegro é quem tem maior capacidade de diálogo com o Presidente da República.

Ficha Técnica
Estudo de opinião sobre a atual situação social e política em Portugal, realizada pela Consulmark2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda para o jornal Nascer do SOL. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas pelas variáveis sexo, idade e região, com base nos Censos 2021. A amostra teve 801 entrevistas efetivas: 388 homens e 413 mulheres; 53 entre os 18 e os 24 anos, 112 entre os 25 e os 34 anos, 131 entre os 35 e os 44 anos, 283 entre os 45 e os 64 anos e 222 para os 65 e mais anos; Norte 276, Centro 181, A. M. Lisboa 219, Alentejo 58, Algarve 33, R. A. Açores 17 e R. A. Madeira 17. Técnica: Entrevistas telefónicas (CATI). O trabalho de campo decorreu entre 11 e 17 de janeiro de 2024. Taxa de resposta: 63,6%. O erro máximo de amostragem, para um intervalo de confiança de 95%, é de + 3,5%. Responsabilidade do estudo: Consulmark2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda, sob a direção técnica de José Constantino Costa.