O caso das falsas presenças do deputado social-democrata José Silvano tem gerado muitas críticas, inclusivamente dentro do próprio PSD. Mas Rui Rio deu hoje o assunto como “encerrado” e afirmou não ter “mais nada a dizer” sobre a polémica.
À margem de uma visita ao Centro Hospitalar da Póvoa do Varzim/Vila do Conde, o líder do PSD foi questionado pelos jornalistas sobre uma possível revisão dos procedimentos de marcação de presenças dos deputados na Assembleia da República, mas Rui Rio foi mais longe e defendeu “a necessidade de uma reforma profunda do regime democrático”.
“Nestes anos todos na política, tenho reclamado uma reforma profunda do regime democrático, na qual se insere a reforma do sistema político. Não será possível essa revisão sem entendimento entre os partidos e não preciso do caso A ou do caso B para retirar essas conclusões”, explicou.
Sem nunca se referir diretamente ao caso de José Silvano, Rui Rio sublinhou que “se não for possível alterar verdadeiramente o regime, se continuará a viver de foguetes e de casos, que só vão degradar, cada vez mais, a situação”.
Na semana passada, o líder social-democrata já tinha tentado fugir ao tema das falsas presenças do deputado do PSD, em Helsínquia, ao responder em alemão aos jornalistas. Na altura, questionado sobre os últimos desenvolvimentos e o facto de a Procuradoria-Geral da República estar a analisar o caso, Rui Rio respondeu entre risos “Ich weiss nicht was Sie sagen” que em português significa “não sei do que está a falar”.
Essas declarações do líder social-democrata não foram bem vistas por alguns membros do PSD. É o caso de Marques Mendes que, no seu espaço de comentário na SIC, deixou um conselho a Rui Rio: “Recomendava que não usasse essas graçolas. Dá um sinal de arrogância”.
Mas as críticas não foram apenas para Rio. Sobre Silvano e Emília Cerqueira – a deputada que picou o ponto pelo secretário-geral do partido -, Marques Mendes afirmou que “fica a sensação que não estão a falar verdade”