O ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho e o líder da claque Juventude Leonina Nuno Mendes, mais conhecido por Mustafá, não foram ouvidos esta terça-feira no Tribunal do Barreiro.
O interrogatório estava previsto para as 10h, mas a greve dos funcionários judiciais atrasou o início do processo e a audição dos dois detidos foi adiada para quarta-feira.
“Tendo em conta os inúmeros documentos cuja consulta os Ilustres Defensores dos arguidos solicitaram, não foi possível reiniciar a diligência na altura aprazada, 14,30 horas, tendo só agora, pelas 15,45 horas, sido possível entregar àqueles Defensores, para apreciação, as cópias dos documentos solicitadas”, esclareceu o Tribunal do Barreiro.
No comunicado do tribunal é também referido que os advogados de defesa “ainda têm que analisar todos os documentos agora fornecidos e que a greve parcial dos senhores funcionários judiciais se reiniciará pelas 16,00 horas e ainda que os dois funcionários deste Juízo de Instrução Criminal aderiram à mesma, voltaram a suspender-se os trabalhos que se retomarão, amanhã, pelas 10,00”.
Assim sendo, Bruno de Carvalho e Mustafá passarão pelo menos mais uma noite nas celas nas instalações da GNR de Alcochete e do Montijo, respetivamente.
À porta do Tribunal do Barreiro esteve durante todo o dia montado um grande dispositivo policial, com dezenas de elementos da PSP. No local estiveram vários apoiantes de Bruno de Carvalho.
Ambos os suspeitos foram detidos no domingo, após uma série de diligências, que incluíram buscas à casa do ex-presidente leonino e à sede da claque do clube.
Bruno de Carvalho está indiciado pela prática de 56 crimes, um deles de terrorismo, segundo o seu mandado de detenção.
Apesar de o interrogatório ter sido adiado um dia, as medidas de coação poderão não ser conhecidas já amanhã, sendo que o Ministério Público deverá pedir prisão preventiva, a mais gravosa das medidas, para ambos os detidos.
Sublinhe-se que os outros 38 suspeitos de envolvimento no ataque a funcionários e jogadores na Academia do Sporting em Alcochete, em maio, estão já em prisão preventiva, daí que seja expectável que o Ministério Público queira dar o mesmo destino a Bruno de Carvalho e a Mustafá.
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