Fernando Santos e William Carvalho compareceram na sala de imprensa do imponente Estádio Giuseppe Meazza, em Milão, na véspera da partida que pode decidir o apuramento de Portugal para a final four da Liga das Nações. Tanto o treinador como o médio voltaram a frisar a ideia de que a seleção nacional irá entrar no jogo deste sábado unicamente com o pensamento na vitória, apesar de um empate bastar para a concretização do objetivo principal, com o selecionador a alertar também novamente para o facto de esta seleção de Itália ser muito diferente daquela que perdeu no Estádio da Luz na primeira volta.
"Tudo o que fizemos nesta semana foi focado neste jogo com Itália, que vai ser seguramente um grande jogo e um grande espetáculo com duas equipas fortíssimas e com grande qualidade de jogo. Uma seleção italiana que de há dois meses para esta parte tem feito uma evolução constante, até alterando um pouco a sua forma de jogar. A forma de jogar desta equipa não é a mesma do jogo da primeira mão em Lisboa. Tem características e muitos jogadores diferentes. Daqueles que jogaram em Lisboa, penso que só três é que estarão presentes: Donnarumma, Jorginho e Chiesa. Analisámos, preparámo-nos bem e fizemos o que sempre fazemos, concentrando-nos no nosso trabalho e no que devemos fazer enquanto equipa", salientou Fernando Santos, garantindo que Portugal não assumirá uma posição mais expectante: "Não somos uma equipa de contra-ataque. Nunca fomos. Temos de responder com as nossas capacidades, porque somos uma equipa de posse, capaz de ter bola e de desorganizar o adversários: vamos procurar fazer isso. Acho que são duas equipas que neste momento têm um futebol semelhante."
O selecionador nacional abordou ainda o regresso de João Mário, ele que não era chamado desde o Mundial. "É um jogador importante na equipa portuguesa. Esteve no apuramento do Campeonato da Europa, foi campeão europeu e tem estado normalmente com a Seleção. Houve um período em que isso não aconteceu, por força da sua não utilização regular na época passada e já nesta época. Mas agora os índices de confiança aumentaram, porque a qualidade mantém-se: é intrínseca", enalteceu Fernando Santos, justificando ainda a chamada de urgência de Kevin Rodrigues com alguns problemas físicos de Raphael Guerreiro – que treinou pela primeira vez sem limitações esta sexta-feira: "Foi uma questão de precaução."
Em 12 jogos realizados em solo italiano, Portugal soma 11 derrotas e apenas um empate; no Giuseppe Meazza, pior ainda: quatro jogos e quatro derrotas. Questionado sobre a possibilidade de quebrar esse enguiço, Fernando Santos respondeu de forma… curiosa. "Sou um homem de fé, mas é em Deus. Aqui não é uma questão de ter fé ou deixar de ter, é uma questão de jogar contra um adversário poderoso. Acredito sempre que a minha equipa pode ganhar qualquer confronto", realçou o técnico, garantindo ainda que o histórico negativo não vai pesar na mente dos jogadores portugueses: "A maior parte deles nem era nascido. Se vocês não colocassem isso nos jornais, a maior parte desconhecia isso. O que foca o jogo é saber o que o adversário faz, a qualidade individual e coletiva que tem e sabermos bem o que temos de fazer em campo. É isso que vai decidir o jogo: a qualidade dos jogadores e a organização tática e estratégica."
William Carvalho, por seu lado, garantiu igualmente que os atletas só pensam em vencer. "Portugal vai entrar para ganhar. Nem pensamos nesse segundo resultado. Entramos para ganhar em todas as partidas e amanhã vai ser mais uma onde queremos obter os três pontos para estarmos qualificados", afirmou o médio do Bétis, lembrando todavia que a seleção italiana "tem grandes jogadores e muita história, e é sempre uma seleção muito difícil".