Washington não tem qualquer “conclusão definitiva” sobre morte de Khashoggi

A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, disse que ainda “permanecem numerosas questões sem resposta”

Os Estados Unidos ainda não têm qualquer "conclusão definitiva" sobre quem poderá ser responsável pela morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia. "As recentes informações pelas quais o governo chegou a uma conclusão definitiva são inexatas", garantiu Heather Nauert, porta-voz do Departamento de Estado. "Sobre a morte de Khashoggi permanecem numerosas questões sem resposta". 

As declarações da porta-voz da diplomacia norte-americana vêm na sequência da revelação do "Washington Post" de que um relatório da CIA concluia que a ordem partiu do próprio príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman.

O documento contradiz a versão saudita de que tudo se tratou de uma missão de elementos dos serviços secretos sauditas à revelia dos seus superiores hierárquicos e coloca Washington numa posição delicada com o seu principal e de longa data aliado no Médio Oriente. 

Recorde-se que vários países europeus, entre os quais a Alemanha, apelaram a que se pare de vender armas à Arábia Saudita na sequência da morte de Khashoggi. Riade precisa desesperadamente das armas que compra aos Estados Unidos e França, entre outros países, por estar envolvida numa intervenção militar no Iémen. 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump reagiu à notícia do "Washington Post" dizendo que tinha informações que de o príncipe herdeiro "não desempenhou nenhum papel" no assassinato. "Nós temos uma ótima aliada na Arábia Saudita", acrescentou Trump. "[Os sauditas] Têm sido aliados verdadeiramente espetaculares em termos de empregos e desenvolvimento económico". 

Recorde-se que a administração Trump e Riade têm estado em negociações para que a indústria de energia nuclear norte-americana possa ajudar o reino a desenvolver opções de energia alternativas ao petróleo.