A greve iniciada hoje pelos enfermeiros nos blocos operatórios de cinco centros hospitalares do país apenas garantiu serviços mínimos na área da oncologia, assegurando igualmente as cirurgias urgentes.
Nas restantes especialidades, o cenário foi idêntico nas cinco insitutições afetadas pela paralisação – Centro Hospitalar do Porto, Hospital de São João (Porto), Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Hospital Santa Maria (Lisboa) e Centro Hospitalar de Setúbal: todas as cirurgias programadas, pelo menos no período da manhã, foram adiadas, segundo fontes sindicais disseram à "Lusa".
Em reação às consequências da paralisação, o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço, demonstrou preocupação, afirmando que a greve cria "um grave problema" não só aos doentes, mas também aos hospitais, que se acentua devido à duração – note-se que a greve só tem fim previsto a 31 de dezembro.
"O impacto que essa duração pode ter sobre a saúde dos portugueses é bastante grave", considerou o responsável, pedindo que "os profissionais de saúde, nomeadamente os sindicatos, e o Governo cheguem a um acordo para que esta greve venha a ser cancelada".
A longa duração da greve coloca mesmo em causa, segundo o presidente da APAH, a possibilidade de encontrar formas de minimizar o seu impacto. Contudo, uma solução que poderá vir a ser utilizada é o reagendamento das cirurgias depois do término da paralisação, em colaboração com os "profissionais de saúde", sobrecarregando-os, em alguns casos, adiantou Alexandre Lourenço.