Acordar, preparar-se para o trabalho, trabalhar hora e horas, voltar a casa, dormir e recomeçar tudo outra vez no dia seguinte. A rotina diária e as longas horas de trabalho podem ser um dos fatores de stress. Por isso, na Coreia do Sul, Noh Ji-Hyang criou um retiro em que as pessoas pagam para ser presas.
“Prision Inside Me” é um projeto que começou em 2013 e, desde então, já recebeu mais de duas mil pessoas, revela a agência Reuters. As regras são simples: os prisioneiros não podem falar uns com os outros e não têm telemóveis ou relógios consigo. A cada ‘prisioneiro’ é entregue um tapete de ioga, uma caneta, um caderno e um conjunto de chá.
Cada noite numa das ‘celas’ de 16 metros quadrados custa 90 dólares (cerca de 79 euros).
A ideia surgiu a Noh Ji-Hyang, cofundadora do projeto, depois de ver o marido a trabalhar mais de 100 horas por semana.
“Ele dizia-me que preferia ir para a solitária uma semana para descansar e sentir-se melhor “, explicou à Reuters. “Quando saem, as pessoas dizem ‘isto não é uma prisão, a verdadeira prisão é para onde vou voltar’”, acrescenta.
Segundo especialistas, o stress causado pela competitividade e exigência na cultura sul coreana é uma das principais razões para os elevados níveis de suicídio no país. Segundo um estudo da OCDE, em 2017, os sul-coreanos trabalharam em média 2.024 horas, um valor apenas superado pelo México e pela Costa Rica.