A aprovação da inclusão de três novas vacinas no Programa Nacional de Vacinação (PNV) surpreendeu a ministra da Saúde. Marta Temido disse que "a inclusão que foi feita não tinha anteriormente sido preconizada pela DGS".
Em declarações à RTP, a ministra afirmou que estão a “avaliar também o sentido em que a redação da norma em última instância vai sair”, no entanto reforça que "estão em causa três vacinas, uma para o rotavírus, outra para a meningite B e uma última de HPV para os rapazes. De facto, relativamente às duas primeiras, a Comissão Nacional de Vacinação não tinha concluído pela necessidade da sua universalização".
Esta proposta que foi aprovada na passada terça-feira está a gerar polémica. A Ordem dos Médicos já se pronunciou considerando que a aprovação no parlamento sem que a Direção-geral de Saúde tenha sido ouvida foi um erro. O bastonário, Miguel Guimarães vê “com muita preocupação” que os deputados estejam “a interferir nas boas práticas em saúde”.
Guimarães reforçou que existe uma comissão técnica independente, com “pessoas com conhecimento científico específico na área da vacinação” que estão a estudar a inclusão das três vacinas no PNV.
"Acho que é uma má decisão da Assembleia da República por ser feita sem ouvir a Direção-geral da Saúde e é uma falta de respeito pelos profissionais de saúde e pela própria Direção-geral da Saúde", reforçou.
Em causa estão as vacinas da meningite B, do rotavírus e do HPV para os rapazes, que foram esta terça-feira aprovadas em sede de especialidade do Orçamento do Estado.