Responsáveis de vários países estão a participar na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP24), na Polónia. O objetivo? Discutir o que pode ser feito para travar este fenómeno. Mas em que fase estamos nós agora? Quais as consequências práticas daquilo que chamamos alterações climáticas?
Na abertura da cimeira, António Guterres deixou o aviso: “vamos ficar em apuros” se nada for feito. Também o naturalista britânico Sir David Attenborough lançou o alerta: estamos a caminho da extinção “da maior parte do mundo natural” e do colapso das civilizações.
Mas enquanto decorre a COP24, muitos questionam: qual tem sido, de facto, o impacto destas alterações no nosso planeta? Será que Donald Trump tem mesmo razão e há razões para duvidar da existência destas mudanças?
Para responder a tudo isto, a BBC fez uma lista com alguns pontos que mostram como a Terra está a reagir às alterações no clima.
1) O planeta está a ficar cada vez mais quente: de acordo com a Organização Meteorológica Mundial, que pertence às Nações Unidas, o mundo está cerca de um 1ºC mais quente do que estava antes da era da industrialização. Segundo os dados recolhidos, nos primeiros 10 meses deste ano a Terra estava 0.98 ºC mais quente do que as temperaturas registadas entre 1850 e 1900. Para além disso, os 20 anos mais quentes de sempre foram registados nos últimos 22 anos – as temperaturas registadas entre 2015 e 2018 ocupam o top4.
2) 2018 foi um ano de recordes: houve vários sítios que bateram recordes de temperatura – principalmente na Europa e na América do Norte. Ainda esta semana, por exemplo, a ilha da Madeira bateu um recorde com 154 anos ao chegar aos 26,9 graus Celsius na passada quarta-feira.
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3) Quem são os principais responsáveis: China e EUA são os países com maior taxa de emissão de gases poluentes. Segundo dados divulgados pela Comissão Europeia e citados pela BBC, estes dois países são responsáveis por mais de 40% das emissões de gases. Recorde-se que, em junho, os EUA saíram do Acordo de Paris, que tem como objetivo reduzir as emissões de dióxido de carbono e tentar controlar a temperatura da Terra.
4) Áreas urbanas sob ameaça… : um estudo realizado pela empresa de análise de riscos Verisk Maplecroft refere que as cidades em crescimento – principalmente em África e na Ásia – são as que irão sofrer mais com o aquecimento global. A investigação dá o exemplo de cidades como Lagos (Nigéria) e Kinshasa (República Democrática do Congo).
5) … E o Ártico também: os níveis de gelo do Oceano Ártico têm vindo a diminuir nos últimos anos – vários estudos defendem que, se o aquecimento do planeta continuar no mesmo ritmo, o gelo desaparecerá na sua totalidade em 2050. Para que tal não aconteça, os cientistas defendem que deve existir uma diminuição nas emissões de gases poluentes.
Para além destes pontos, existe outro muito importante para os portugueses: segundo especialistas que analisaram os últimos relatórios da ONU dedicados ao aquecimento global, Portugal vai ser um dos países mais afetados pelas alterações climáticas devido à “extensa zona costeira” – a subida dos níveis da água do mar é uma das principais consequências do aumento das temperaturas.