A Voyager 2 chegou a 5 de novembro à fronteira do sistema solar e segue agora viagem pelo chamado espaço interestelar. A informação foi confirmada hoje pela NASA. É a segunda vez que um objeto humano chega tão longe, depois de a Voyager 1 ter atingido a mesma marca em 2012.
A sonda, lançada para o espaço a 20 de agosto de 1977, está agora a cerca de 18 mil milhões de quilómetros da Terra. Uma das particularidades desta missão, além de explorar as fronteiras do universo, está num conjunto de discos que as Voyager levam a bordo e que contêm sons e imagens que poderiam funcionar como um cartão de visitas da Terra caso algum dia fossem intercetadas por vida inteligente de outros planetas. Os registos incluem saudações em várias línguas, incluindo em português.
Segundo a NASA, os indícios mais fortes de que a Voyager 2 terá deixado a heliosfera – a bolha de partículas e campos magnéticos criados pelo sol que envolve o sistema solar – foram enviados por um instrumento a bordo da sonda. Desde 5 de novembro que o Plasma Science Experiment deixou de registar esses fenómenos relacionados com a atividade do sol.
Segundo a NASA, apesar de ambas as sondas terem já deixado a heliosfera, ainda não se pode dizer que tenham saído por completo do sistema solar. O limite está atualmente fixado na “Nuvem de Oort”, um conjunto de objetos celestes que ainda estarão sujeitos à gravidade do sol. De acordo com a agência espacial norte-americana, serão precisos 300 anos para a Voyager chegar a este destino e possivelmente 30 mil anos para abandonar de vez o sistema solar.