O facto de alguns populares terem retirado partes dos destroços do helicóptero do INEM que caiu no sábado, no concelho de Valongo, "pode ter prejudicado a investigação", segundo o gabinete que investiga acidentes aéreos.
Uma equipa do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) iniciou as perícias logo no domingo, dia seguinte ao acidente, que matou quatro pessoas, dois pilotos, um médico e uma enfermeira.
Já nesse dia, as próprias imagens televisivas davam conta da remoção de pedaços de destroços por parte de populares.
"Se foram levados [pedaços dos destroços] enquanto o perímetro esteve estabelecido, ou seja, durante o dia 16 [domingo], pode ter prejudicado a investigação. Se foi posteriormente, todos os destroços relevantes já haviam sido registados e recolhidos pelos investigadores, pelo que nesse caso não", explicou esta terça-feira o GPIAAF à agência Lusa.
O mesmo gabinete fez ainda questão de sublinhar que este comportamento, além de poder pôr em causa a investigação, é proibido por lei. "Em geral, a informação que se pode retirar dos destroços de um acidente é fundamental para a investigação das causas que lhe deram origem, podendo mesmo, em certas situações, ser provas de crime. Como tal, até os destroços serem devidamente registados e selecionados pelos investigadores, nada deve ser mexido, salvo no estritamente necessário para o socorro às vítimas", explicou o GPIAAF.
Assim que a equipa do GPIAAF chegou ao local solicitou à PSP a criação de dois perímetros de segurança, "um em torno da zona principal dos destroços e outro exterior, abrangendo a totalidade dos destroços, considerando que a necessidade de presença de meios em cada uma delas é diferenciada”.
A PSP estabeleceu os referidos perímetros de segurança, no entanto, “considerando a orografia do terreno e configuração dos acessos, estes perímetros ter-se-ão revelado difíceis de controlar completamente", justificou o GPIAAF.
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