Ana Rita Cavaco cumpre o último ano do mandato em 2019, ano de eleições, e não tenciona ser menos polémica. “Os partidos que se matem uns aos outros que nós não temos nada a ver com isso, precisamos é dos problemas do SNS resolvidos”, diz.
Em jeito de balanço, a bastonária dos Enfermeiros fala da greve cirúrgica, do PSD – onde se filiou aos 14 anos – e das polémicas internas da Ordem.
Sobre a greve dos enfermeiros, que cancelou milhares de cirurgias nas últimas semanas, Ana Rita Cavaco afirma que, antes deste protesto, já havia blocos e salas cirúrgicas que não funcionavam nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde por não haver enfermeiros suficientes nos quadros. “O que acho neste momento cruel para todos é ter um enfermeiro para 40 doentes. Isto não vigia nada nem ninguém. Acho cruel que, por cada doente a mais que um enfermeiro tem a seu cargo, a taxa de mortalidade suba 7% dentro dos hospitais. Isto são dados de estudos científicos feitos em várias partes do mundo e também em Portugal. Acho cruel que os enfermeiros trabalhem sem ter tempo de ir à casa de banho ou para comer. Acontece todos os dias”, diz.
Ana Rita Cavaco mantém-se filiada no PSD, hoje sem nenhum cargo nos órgãos nacionais no partido, e classifica de "desastre" o primeiro ano de liderança de Rui Rio. "No último congresso não quis concorrer a nenhum órgão nacional porque não me revejo no que está a ser feito." Faz parte da resistência interna? "Não porque não tenho tempo. Estou dedicada à Ordem. Vou acompanhando, vou lendo algumas coisas mas, francamente, os enfermeiros neste momento precisam muito mais de mim do que o PSD".
Leia a entrevista na íntegra na edição do SOL nas bancas este fim de semana.