Depois de tantas polémicas, a moção de confiança de Rui Rio foi aprovada por 26 votos, com 75 votos a favor e 50 contra. Votaram 126 conselheiros, mas houve um voto nulo.
A reunião dos sociais-democratas foi somando polémicas. A primeira relacionada com o horário, a segunda a forma de votação da moção de confiança: houve quem defendesse o voto secreto, enquanto outros preferiam braço no ar. Mota Amaral sugeriu uma nova forma que não vem sequer prevista nos estatutos: o voto nominal.
{relacionados}
O presidente do PSD abriu o conselho nacional a criticar e a tentar desmontar os motivos que levaram o antigo líder parlamentar do partido a desafiá-lo para as eleições diretas. "Nunca andei em manobras de corredor, conspirando contra quem é legitimamente eleito", terá dito Rui Rio, de acordo com informações recolhidas pelo i.
A intervenção do líder social-democrata foi aplaudida pelos seus apoiantes e Rio continuou o registo, assegurando que outros "estão à espera de ganhar uma eleição pela primeira vez na vida". A farpa tinha como destinatário Luís Montenegro. A questão das sondagens também não foi esquecida e o presidente do PSD lembrou que se seguissem as sondagens "Passos Coelho teria tido derrota estrondosa". Mais, Rui Rio lembrou que os resultados das últimas eleições autárquicas onde em alguns casos, o partido teve 25 por cento, um 'legado' de Passos Coelho que o presidente do PSD quis assinalar
O conselho nacional começou com a recusa do requerimento para que Luís Montenegro participasse no encontro, no qual não tem assento, mas também com alguma polémica em relação ao espaço destinado para os observadores, com vários lugares vazios e contestação dos críticos, porque a reunião é para quem pode ou deve participar.
No final das intervenções no Conselho Nacional, o líder do PSD foi muito aplaudido por afirmar que, por ele, o voto poderia ser secreto. Falando aos jornalistas, cerca das duas da madrugada desta sexta-feira, José Silvano disse que “não dependende do presidente do partido essa decisão. Por ele, Rui Rio, a votação seria por voto secreto”.
Numa intervenção muito aplaudida que se ouviu no piso inferior do Porto Hotel Palácio, Rui Rio preconizou tal opção, pelo voto secreto, tendo-a mesmo “aconselhado” junto dos elementos do Conselho Nacional Extraordinário do PSD, que surgiu na sequência de uma posição de desafio assumida por Luís Montenegro, que se propõe liderar o PSD.
O voto secreto acabou mesmo por ser aprovado.
Rui Rio sai assim deste conselho nacional com a confiança dos sociais-democratas e com a liderança do partido reforçada pelos seus apoiantes.