Portugal junta-se aos vários países europeus que reconhecem o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, como presidente interino do país. Á semelhança da posição de França, Espanha, Grã-Bretanha, Alemanha e Aústria, a decisão surge face à recusa do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em convocar novas eleições presidenciais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, recusa que "confrontação interna ou intervenção externa" sejam uma solução, e garante que novas eleições presidenciais são a "única maneira de garantir uma transição pacífica". Augusto Santos Silva salientou que Portugal não tem preferência sobre quem deverá governar, apenas pretende que o novo processo eleitoral seja "livre, aberto e justo, para que todos possam participar". O oposto do que considera terem sido as eleições de 2018, que elegeram Maduro como presidente.
A oposição e boa parte da comunidade internacional recusa legítimidade às eleições de 2018, apesar de centenas de observadores internacionais terem garantido à altura que foram conduzidas sem irregularidades. Incluíndo o ex-primeiro ministro espanhol José Luis Zapatero, que disse: "Antes de haver eleições dizemos que não há condições. Nunca vi tal coisa". Muitos observadores dizem que a oposição decidiu livremente não participar nas eleições, para boicotar o governo de Maduro.
Augusto Santos Silva afirma que serão mantidos laços diplomáticos com a venezuela "num sentido estritamente juridico", dado que "os Estados reconhecem Estados e não governos" . O ministro dos Negócios Estrangeiros diz que o reconhecimento a Guaidó "é apenas um apoio político".
O ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu ainda:"A nossa prioridade número um são os imigrantes portugueses na venezuela". Quando questionado se estavam a ser preparados planos de contigência, para caso a situação se agrave, Augusto Santos Silva respondeu que "o melhor plano de contigencia para a comunidade portuguesa na venezuela é uma transição pacífica". Afirmou que "os lusoportugueses não querem sair da venezuela, querem que a venezuela saía da crise em que está".