Agentes da PSP e sindicatos parecem não ter gostado da visita do Presidente da República ao Bairro da Jamaica, no Seixal, esta segunda-feira.
Marcelo Rebelo de Sousa posou para várias fotografias com moradores, entre eles Hortêncio Coxi, detido na intervenção policial que levou à abertura de um inquérito há umas semanas, o que mereceu palavras de indignação por parte de responsáveis sindicais e outros agentes das autoridades.
"Sinto-me discriminado. Já pedi ao Presidente da República reuniões, já pedi que interviesse para resolver questões da Polícia, já o convidei várias vezes, publicamente, para aparecer um dia, sem avisar, e junto com uma patrulha, fazer um turno de serviço e ir resolver ocorrências, ele nunca aceitou. Mas foi ao bairro da Jamaica!", escreveu ontem no Facebook o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Rodrigues.
Já Peixoto Rodrigues, do Sindicato Unificado da Polícia, citado pelo Expresso, diz: "Não temos um tratamento igual do senhor Presidente da República quando os nossos agentes são maltratados e alvos de agressões. Merecíamos uma atenção especial".
Um responsável da PSP, que não quis ser identificado, sublinhou ao mesmo jornal que o caso está a ser alvo de um inquérito interno e que a visita de Marcelo Rebelo de Sousa ao local foi, por isso, precipitada. “Pode haver até agentes condenados por aquela ação policial no bairro. Mas o Presidente da República fez mal em aparecer ao lado da família antes de tudo ficar esclarecido", frisou.