Quando, em 2017, a Comissão liquidatária do Banco Espírito Santo (BES) arrasou a administração de Ricardo Salgado num parecer que entregou no Tribunal do Comércio de Lisboa não foi feita qualquer referência à Comissão das Partes Relacionadas, criada em 2014 para garantir a blindagem da instituição financeira aos problemas Grupo Espírito Santo. Entre 2007 e 2014, inclusive, a exposição do banco aumentou e, mesmo depois de criada esta Comissão das Partes Relacionadas, de que fazia parte Ana Rita Amaral Cabral, administradora não executiva do banco e namorada de Marcelo Rebelo de Sousa, bem como os administradores Joaquim Goes e Horácio Afonso, as operações ruinosas não foram cortadas pela raiz.
Numa informação, sobre a atividade desta comissão, resultante da reunião do Conselho de Administração do BES, de 20 de junho de 2014, a que o SOL agora teve acesso, é possível verificar como na maioria das operações a decisão da Comissão das Partes Relacionadas foi: «Nada a opor».
O órgão que não se opunha
A Comissão de Transações com Partes Relacionadas foi criada por determinação do Banco de Portugal, com o objetivo de avaliar se os produtos tinham ou não idoneidade, evitar colisão de interesses entre empresas do GES e reduzir a exposição às empresas do grupo – que detinha 164 sociedades.
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