O presidente da Aliança falou este domingo, pela primeira vez, em Évora, no encerramento do congresso do partido na condição de líder eleito. Assumiu-se como liberal nos costumes e acusou os partidos que apoiam o governo- a frente de esquerda- de discriminar setores, como a agricultura ou as pescas, ou de ser "injusta com as comissões de inquérito que não são da sua iniciativa". Para a frente de esquerda "há dois portuguais", enquanto para a Aliança há só um, o da "ética", defendeu Pedro Santana Lopes.
Em jeito de balanço da legislatura, Santana Lopes não teve meias medidas na análise: "O que se passou nesta legislatura é um caso de mau governo". Mais, o Estado só é mesmo "eficiente" a cobrar impostos.
Para o presidente da República também seguiu um aviso. Santana Lopes começou por assinalar a avaliação positiva que faz do mandato presidencial, mas pediu mais vigilância ou especial atenção à Madeira. O presidente da Aliança acusou o governo do PS de estar a fazer "um cerco" à Região para que os socialistas ganhem as eleições regionais de 22 de setembro. "Tenho de dizer ao senhor presidente que esta matéria exige a sua especial atenção, mas estamos certos de que estará vigilante".
A escassos três meses das eleições europeias, Santana Lopes insistiu que é preciso "mais exigência com Bruxelas", sobretudo porque é "imoral haver países que conseguem cada vez mais excedentes orçamentais à custa da contração económica de outros países".
No início do discurso, Santana Lopes falou da morte de mulheres que resultam da violência doméstica e defendeu: "Isto tem de parar" e pediu a "Deus que as tenha junto de si".
Na sua intervenção, Santana Lopes voltou a insistir na "generalização de seguros para todos" na Saúde.