Cerca de 700 autores de donativos no crowdfunding dos enfermeiros já alteraram o estatuto de anónimo. Depois de vir a público que a ASAE vai investigar as angariações de fundos ativas na plataforma PPL, entre as quais a mais recente campanha para financiar a greve cirúrgica, o movimento que mobilizou a paralisação tem apelado para que quem fez donativos anónimos se identifique. No final da campanha para a segunda greve, que juntou 423 mil euros, havia cerca de 2300 apoiantes anónimos entre os 10842 que participaram no crowdfunding. Este domingo o número já era menor, tendo baixado para 1587.
“Como sabem estamos a ser acusados de ter apoiantes anónimos que apenas querem destruir o SNS. Como promotor eu, Nelson Cordeiro, e com o apoio dos restantes elementos da GC (Greve Cirúrgica) não acreditamos que tais pessoas existam entre os nossos apoiantes anónimos”, lê-se na mensagem publicada no sábado no site de crowdfunding.
“Existe a possibilidade de alterarem o estuto de anónimo para o promotor da campanha pelo bem da transparência e para mostrar a quem quer acabar com a luta dos Enfermeiros que não temos interesses obscuros e fora da legalidade”, acrescenta.
Quando se faz um donativo em qualquer uma das campanhas em curso no site PPL é possível pedir que seja uma doação anónima, o que significa que o nome não aparece nem nas listagens públicas nem é fornecido ao criador da campanha.
Pedro Domingos, responsável pelo site, já afirmou que todos os registos estão disponíveis a nível interno. "Temos todos os registos de pagamentos no sistema bancário, como nome completo,e-mail ou telefone porque as campanhas têm um mecanismo de 'tudo ou nada'. Se o prazo não for cumprido e o objetivo não for alcançado, temos de devolver os donativos”, disse ao “Expresso”.