O Chega e a Democracia 21 ainda não foram reconhecidos formalmente como partidos, mas já anunciaram que vão concorrer coligados às eleições europeias de 26 de maio.
O fundador do Chega, André Ventura, afirma ao i que o objetivo é “criar uma sinergia de forças para conseguirmos eleger eurodeputados”, mostrando “força eleitoral”. E garante que as coligações não vão ficar por aqui. “Queremos consolidar outras plataformas de coligação e convergência e não apenas esta com a Democracia 21”, explica.
O ex-militante do PSD salienta que pretende unir forças com outros movimentos que “tenham convergência de valores à direita, como o combate à criminalidade, o combate à exclusão social, a promoção de novas políticas de justiça”.
Sobre a composição da lista, André Ventura refere que “ainda não está nada fechado”. Mas há pormenores que já estão acertados: o cabeça de lista será do Chega e a fundadora da Democracia 21, Sofia Afonso Ferreira, irá como número três. Quanto ao segundo lugar da lista, Ventura refere que será ocupado por um membro de outro movimento que entrará para a coligação, sem revelar de que força política se trata.
Ao contrário da fundadora da Democracia 21, não é certo que André Ventura integre a lista para as europeias. O antigo militante do PSD tanto poderá ser o número um às europeias como pode reservar-se apenas para as legislativas de 6 de outubro.
Coligações pós-eleitorais são “um erro”
Sofia Afonso Ferreira lembra que sempre defendeu que devia haver uma coligação pré-eleitoral dos partidos de direita. “Nós e o Chega concordámos nisso e decidimos juntar-nos, apesar de termos diferenças. Nós somos um movimento liberal e o Chega é conservador. Mas estamos de acordo em relação à economia, por exemplo”, esclarece ao i.
Tanto o Chega como a Democracia 21 pretendem estrear-se nas eleições europeias. Sofia Afonso Ferreira reconhece que “é difícil para partidos novos conseguirem, logo à primeira, eleger eurodeputados”, uma vez que “os eleitores portugueses são muito tradicionais no voto”. Com a coligação, a fundadora da Democracia 21 pretende que consigam um melhor resultado do que aquele que obteriam se concorressem sozinhos.
A ex-social-democrata deixa ainda críticas à Aliança e ao CDS por apenas estarem disponíveis para coligações pós-eleitorais. “Acho que isso é um erro. Os eleitores devem saber ao que vão e, por isso, as coligações devem ser feitas antes das eleições”, sublinha.
A coligação entre a Democracia 21 e o Chega já está acordada, mas agora falta saber em que moldes é que irão concorrer às europeias. Isto porque ainda nenhum dos dois conseguiu formalizar-se como partido político. O movimento de André Ventura já entregou as 7500 assinaturas necessárias para se constituir como partido no dia 23 de janeiro e aguarda luz verde do Tribunal Constitucional. Já a Democracia 21 está numa fase anterior, uma vez que ainda não entregou as assinaturas.