Moçambique. Diamantino Miranda sem autorização para entrar no país

O treinador português ia orientar a Liga Desportiva de Maputo, mas viu ser-lhe negado o visto de entrada por declarações proferidas em 2013

Afinal, Diamantino Miranda pode não vir a orientar a Liga Desportiva de Maputo, como tinha ficado acordado no mês de janeiro, na sequência de uma parceria entre o Benfica e aquele clube moçambicano. E tudo devido a declarações proferidas pelo técnico português em 2013, quando orientava o Costa do Sol, que lhe valeram a anulação do contrato e a expulsão de Moçambique.

Na altura, Diamantino discutiu com um jornalista devido à arbitragem de uma partida da sua equipa frente ao Vilankulo. "Todos aqui são ladrões. Vocês são todos uma cambada de ladrões, você e outros jornalistas são pagos por um prato de sopa. Este país não é sério", disparou em outubro desse ano. O governo moçambicano considerou estas declarações "graves" e "um assunto de Estado" e o Ministério do Trabalho acabou por cancelar a licença de trabalho do antigo internacional português, acusando-o de "falta de respeito, civismo e pelos valores consagrados na Constituição". Diamantino ainda realizou uma conferência de imprensa onde pediu desculpas "ao povo moçambicano", afirmando que as suas palavras tinham sido mal interpretadas e que esperava um dia "regressar a Moçambique para trabalhar novamente".

Tudo indicava que esse dia seria esta segunda-feira, mas o treinador português de 59 anos viu ser-lhe negado o visto de entrada na antiga colónia portuguesa. "Tendo sido expulso do país, Diamantino Miranda não pode ter qualquer presença no território nacional, muito menos fixar residência. Se estabeleceu um contrato, então o cidadão em causa e a contraparte moçambicana distraíram-se neste aspeto", referiu José Pacheco, ministro dos Negócios Estrangeiros – frisando, ainda assim, que ambas as partes podem recorrer da decisão.