Santos Silva reúne com Aliança para discutir o Brexit

Paulo Sande, Martins da Cruz e Rosário Águas foram recebidos no MNE, mas jornalistas ficaram à porta

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Santos Silva, recebeu uma delegação do Aliança, o partido recentemente fundado por Pedro Santana Lopes. Em cima da mesa esteve o Brexit.

A reunião contou com a presença do cabeça de lista do Aliança às eleições europeias Paulo Sande, o embaixador Martins da Cruz, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, e Rosário Águas, antiga secretária de Estado nos governos de Durão Barroso e do próprio Santana Lopes.

Há cerca de três semanas, o presidente do Aliança, Pedro Santana Lopes, pediu uma reunião com o governo com o Brexit na agenda, sendo que o primeiro-ministro, António Costa, terá encaminhado a questão para o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, na sua qualidade de responsável da Política Externa.

A reunião esteve marcada para a semana passada, mas o ministro teve de deslocar-se ao Uruguai para marcar presença no Grupo de Contacto Internacional para analisar a situação na Venezuela.

O encontro acabou por realizar-se ontem de manhã, não estando previstas declarações à imprensa, segundo fonte do gabinete do ministro.

Contactado pelo SOL, o embaixador Martins da Cruz, vice-presidente da direção do Aliança, adiantou que “foi uma reunião muito cordial e muito útil”. “O ministro Santos Silva deu-nos o ponto de situação do processo de saída do Reino Unido quer do ponto de vista português, quer do ponto de vista da União Europeia”, acrescentou o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.

Para Martins da Cruz, o Brexit é um dos maiores problemas com que Bruxelas se depara e é “importante que haja uma resolução para que se possam abrir novos horizontes para a União Europeia”. Até porque atualmente encontramo-nos numa “zona de não decisão”, continua o embaixador, acrescentando que cabe ao parlamento inglês pronunciar-se.

O dirigente do Aliança lembrou ainda que este é o primeiro encontro político do Aliança após a eleição da direção do partido no congresso do fim de semana passado. O Brexit é assunto que deverá estar “acima das lutas partidárias sendo preferíveis os consensos nacionais”, concluiu.

Até agora, sabe o SOL, mais nenhum partido recém-criado e sem assento parlamentar pediu para ser recebido pelo ministro que, no entanto receberá “os partidos políticos que entendem dever transmitir as suas opiniões sobre matérias da respetiva competência”, adiantou fonte do gabinete de Augusto Santos Silva.