PSD prepara programa eleitoral até ao verão

Convenção do Conselho Estratégico decorre hoje em Santa Maria da Feira e conta com dois mil participantes. 

Faltam apenas três meses para as eleições europeias, mas o PSD já está com a cabeça nas legislativas de outubro. A primeira Convenção do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD acontece hoje, em Santa Maria da Feira. E tem como principal ponto da ordem de trabalhos começar a construir o programa eleitoral. O objetivo é apresentar a «alternativa ao governo» em junho, logo a seguir às europeias, para os portugueses «levarem o programa para ler nas férias».

Ao contrário do PS e do CDS, os sociais-democratas optaram por não atribuir às eleições europeias o foco principal da convenção. Numa conferência de imprensa de antecipação do encontro deste fim de semana, o vice-presidente do PSD, David Justino, sublinhou que «cada coisa» deve estar «no seu lugar». «Estamos a três meses das eleições europeias e a seis das legislativas, por isso temos de conciliar as duas. Não podemos pôr as munições só numa coisa», explicou.

Assim, as eleições para o Parlamento Europeu vão ser debatidas apenas numa das 16 reuniões temáticas, que vão acontecer na manhã de sábado, à porta fechada. Esse será o único momento do encontro em que Paulo Rangel, candidato do PSD às europeias, terá tempo de antena. Juntamente com o eurodeputado José Manuel Fernandes, Rangel falará sobre os desafios do Brexit e o futuro da Europa, na reunião dedicada aos assuntos europeus. 

Para as sessões temáticas da parte da manhã, o PSD já conta com mais de mil inscritos. «Vamos a caminho dos 1.100 para a manhã», referiu David Justino. Além da Europa, estão ainda em cima da mesa temas como relações externas, justiça, reforma do Estado, descentralização, mar e portos e educação.

Já para o debate da tarde, que terá como mote ‘Portugal Hoje e Amanhã’, já se inscreveram «à volta de 1.600 participantes», mas o partido espera que este número possa atingir os dois mil.

Segundo David Justino, o objetivo do encontro é recolher contributos de todos esses participantes – sejam «militantes» ou «independentes que querem colaborar» – para mostrar ao país que «há uma alternativa que está a ser construída». E esses contributos serão «a base fundamental para a elaboração do programa eleitoral». «A mensagem que queremos transmitir é a de que, findo um ano de trabalho do CEN, continuamos a ter propostas e continuamos a refletir sobre os problemas do país e a encontrar soluções», salientou.

Os sociais-democratas querem, através de um «debate aprofundado», construir uma «alternativa ao atual governo sustentada, articulada, coordenada e participada». «Não é uma mera enunciação de políticas do PSD», sublinhou o vice-presidente do partido. Quanto a propostas concretas, «as mais emblemáticas» serão anunciadas por David Justino e Rui Rio na sessão de encerramento do encontro. 

Para o fim do dia, está prevista uma intervenção do comissário europeu Carlos Moedas. E é esperado também um testemunho – em vídeo – do ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso.

O socialista Vítor Ramalho foi convidado para participar na qualidade de secretário-geral da União das Cidades Capitais da Língua Portuguesa. Ao SOL, o ex-dirigente socialista diz que aceitou o convite com «naturalidade» e vai falar sobre a necessidade de ter uma estratégia para criar um desígnio comum dos povos e países de língua oficial portuguesa. 

O próximo ato eleitoral é o das eleições europeias, mas o presidente do PSD, Rui Rio, ainda não fez mais convites, depois de anunciar o cabeça de lista Paulo Rangel. O SOL apurou que as distritais do partido já foram chamadas para indicar mandatários de campanha e financeiros, mas sem qualquer indicação para dar nomes para a lista que é composta por 21 efetivos, tantos quantos os lugares elegíveis no Parlamento Europeu.