O PSD anunciou na passada segunda-feira que iria votar a favor da moção de censura do CDS contra o governo. A decisão foi divulgada, primeiro, pelo vice-presidente do partido David Justino. Seguiu-se uma nota oficial da bancada parlamentar e o líder do grupo parlamentar, Fernando Negrão, enviou uma convocatória aos deputados por e-mail para o reunião, esta terça-feira, pelas 17h00 na Assembleia da República.
A convocatória foi enviada pela manhã e ao fim da noite, Negrão desmarcou-a. "Dada a impossibilidade da presença de muitos senhores deputados, a reunião do grupo parlamentar convocada para amanhã [terça-feira] fica sem efeito", pode ler-se na convocatória, noticiada pelo Público, e confirmada pelo i.
A falta de quórum resultou do facto de não haver trabalhos parlamentares na segunda e terça-feira uma vez que o PCP teve jornadas em Braga. E, sempre que um partido convoca jornadas parlamentares, suspendem-se os trabalhos. Mais, a maioria dos deputados do PSD vive fora de Lisboa, por isso, Fernando Negrão percebeu que não teria alternativa se não desmarcar o encontro por falta de comparência.
Alguns deputados do PSD ouvidos pelo i consideraram que a decisão de Negrão "não foi muito hábil". Além disso, o primeiro a anunciar a decisão do partido não foi o líder da bancada, mas um vice-presidente do partido. "Estranhei e não acho que seja muito respeitoso para com Fernando Negrão", admitiu um parlamentar do PSD. "Poderia ter convocado a reunião para quarta-feira de manhã", confidenciou outra fonte social-democrata, tentando desvalorizar o episódio.