O presidente do Senado brasileiro, Davi Alcolumbre, do partido DEM, ocultou as suas propriedades da justiça eleitoral durante quase duas décadas, revela uma investigação da “Folha de S. Paulo”. Alcolumbre passou a liderar o Senado no dia 2, mas o escrutínio a que foi sujeito revelou esqueletos no armário, como as discrepância nas suas declarações de património, um crime punível até cinco anos de prisão.
Em 2002, 2010 e 2012, quando foi a eleições para deputado federal, Alcolumbre declarou não ter qualquer património, no entanto, os registos nos cartórios de Macapá, onde começou a sua carreira política, mostram que em 2012 era proprietário de três lotes num condomínio da cidade, onde informou da construção de um imóvel com 179 metros quadrados, ainda nesse ano. À época, estava no seu terceiro mandato como deputado federal, com um salário de 26,7 mil reais (mais de 6 mil euros), sem contar com outros benefícios.
Apenas em 2014, quando foi a eleições para senador, Alcolumbre informou a justiça eleitoral que era dono de um imóvel, no valor de 585 mil reais (cerca de 137 mil euros). No entanto, a investigação do jornal brasileiro atesta a aquisição de cinco terrenos e duas casas, entre os anos 1990 e 2015, tendo havido apenas a venda de um terreno, no valor 42 mil reais (menos de 10 mil euros).
Agentes imobiliários da região dizem avaliar só as duas casas em 2 milhões de reais (470 mil euros). O gabinete de Alcolumbre respondeu que se tratava de um erro do Tribunal Eleitoral, mas este negou que exista essa possibilidade, dado que os registos são feitos diretamente pelos partidos políticos ou pelos próprios candidatos.