A tensão voltou a subir entre a Índia e o Paquistão na região de Caxemira. Caças indianos bombardearam território paquistanês na região de Caxemira, matando, segundo autoridades indianas, cerca de 300 militantes jihadistas da organização terrorista Jaish-e-Mohammed.
O Paquistão denunciou a violação do seu espaço aéreo pelo seu histórico rival, afirmando que os caças indianos entraram apenas três quilómetros no seu espaço aéreo e que o bombardeamento não causou qualquer vítima mortal. "As aeronaves indianas entraram pelo setor de Muzafarabad", afirmou Asif Ghafoor, porta-voz das forças armadas paquistanesas, no Twitter, explicando que os caças indianos "enfrentaram uma resposta rápida e efectiva das forças armadas paquistanesas e libertaram carga rapidamente enquanto escapavam".
Nova Deli decidiu avançar com o bombardeamento devido ao "perigo eminente" que o grupo terrorista representava para o país, argumentando que um "ataque preventivo tornou-se absolutamente necessário". O governo indiano acusa o Paquistão de apoiar militar e logisticamente a organização terrorista com motivações separatistas.
O grupo terrorista foi o responsável pelo ataque com um carro armadilhado contra uma coluna de veículos paramilitares indianos em Caxemira em meados deste mês, matando 40 soldados indianos. Nos combates com a organização terrorista que se seguiram, quatro soldados e um polícia indianos perderam a vida.
Em reação ao bombardeamento, o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, convocou uma reunião de emergência para analisar a situação e delinear os próximos passos numa região de permanente tensão.
Há décadas que Caxemira é palco de disputa entre a Índia e o Paquistão, tendo inclusive dado origem a três guerras na segunda metade do século XX. Recorde-se que os dois Estados são potências nucleares, com cada um a ter ao seu dispor mais de 100 armas nucleares.