“Não faz nenhum sentido” uma coligação pré-eleitoral.

Assunção Cristas rejeita desafio de Santana para coligação pré-eleitoral. “A pressão do voto útil acabou”, diz a líder dos centristas

Assunção Cristas rejeita uma coligação pré-eleitoral entre os partidos de centro-direita. O desafio foi lançado por Santana Lopes, mas a presidente do CDS garante que está fora de questão. “Antes das eleições não faz nenhum sentido”, disse, em entrevista à Antena 1.

Santana Lopes disse, em entrevista ao “SOL”, no dia 23 de fevereiro, que os partidos de centro-direita deveriam refletir sobre a possibilidade de uma coligação pré-eleitoral, porque de outra forma “é muito difícil vencer a frente de esquerda”.

Assunção Cristas respondeu esta segunda-feira ao líder da Aliança e defendeu que os portugueses devem poder escolher entre “várias alternativas”. Uma coligação entre os partidos de centro-direita só depois das eleições marcadas para dia 6 de outubro. “A pressão do voto útil acabou”, acrescentou.

Rui Rio foi o primeiro a reagir à entrevista de Pedro Santana Lopes para excluir qualquer possibilidade de um acordo antes das legislativas. “Não faz sentido algum Santana Lopes sair do PSD e depois querer fazer uma coligação. Para isso não saía”, disse. Rui Rio defende uma coligação a seguir às eleições, mas nunca fechou completamente a porta à possibilidade de viabilizar um governo liderado por António Costa.

 

Somos os mais fortes

Cristas voltou a garantir que em nenhuma circunstância viabilizará um governo socialista. Se a esquerda vencer as legislativas, em outubro, o CDS “continuará na oposição”.

A presidente dos centristas rejeita dar a Rui Rio o estatuto de líder da oposição e não tem dúvidas de que esse papel tem sido desempenhado pelo CDS, apesar de ter menos deputados e menos força eleitoral. “O_CDS lidera a oposição. Temos sido os mais fortes, mais consistentes e os mais acutilantes, aqueles que chamam a atenção para todos os assuntos e sempre com alternativas. Não guardamos nada na gaveta”.

Desafiada a comentar o aparecimento do Chega e a possibilidade de uma coligação com o partido de André Ventura, a líder centrista lembrou que o CDS rompeu a coligação pré-eleitoral para a câmara de Loures nas últimas autárquicas devido às declarações feitas pelo então candidato do PSD. Garante que o CDS representa “uma direita moderada” e rejeita “extremismos” à direita. “Esse partido não deve ter representação parlamentar e o meu trabalho é garantir que não tenha. Essa questão [uma coligação] nem sequer se coloca”, afirmou.

O_CDS rompeu a coligação com os sociais-democratas em Loures depois das declarações feitas por André Ventura sobre a comunidade cigana. André Ventura respondeu, ontem, à entrevista da líder do CDS nas redes sociais: “Será que esta senhora não compreende que, depois de me abandonarem em Loures, simplesmente por dizer verdades inatacáveis, nós não confiamos neles nem para nos alugar um carro? Quanto mais para coligações”.

Santana Lopes também já se tinha demarcado do partido do ex-autarca de Loures. Em entrevista ao “SOL”, o fundador da Aliança garantiu que não vai “atrás das ideias que dão votos” e rejeitou um discurso “contra os imigrantes ou a favor da prisão perpétua e da pena de morte”.