Após a escalada no conflito com a Índia, que acusa o Paquistão de tolerar e apoiar grupos extremista islâmicos, Islamabad já deteve pelo menos 121 pessoas e tomou controlo de 182 escolas religiosas, segundo um comunicado do ministério do Interior paquistanês. Este é um assunto delicado no Paquistão, um país profundamente conservador, onde as escolas religiosas são acusadas de radicalizar jovens, mas ao mesmo tempo são a única educação disponível para boa parte das populações mais pobres.
As autoridades paquistanesas tomaram posse esta semana de 163 farmácias comunitárias, 184 ambulâncias e cinco hospitais que pertenciam a organizações banidas no Paquistão. Além disso, o governo juntou à lista de organizações proíbidas o Jamaat-ud-Dawa, o braço político do Lashkar-e-Taiba (Exército dos Justos), suspeito de ser o responsável pelos ataques de 2008 contra Nova Deli, e que gere uma frota de ambulâncias e uma rede de cerca de 300 madrassas.
O governo paquistanês está a ser pressionado pela Índia e pelos seus aliados na comunidade internacional para tomar medidas contra o grupo extremista islâmico Jaish-e-Mohammed (Exército de Maomé), responsável pelo atentado de Pulwama, em Caxemira, que matou 40 paramilitares indianos. Levando a uma reação musculada de Nova Deli, que lançou ataques aéreos através da fronteira, quase causando uma guerra aberta entre os dois vizinhos nucleares.