A direita portuguesa vai ter um novo movimento – o Mov 5.7– liderado pelo deputado do PSD e antigo conselheiro de Passos Coelho, Miguel Morgado. O objetivo não é criar uma nova força política, mas ter a “grande tarefa de fornecer ideias novas” para evitar vazios no espaço não socialista. Ao i, Miguel Morgado explica que o movimento pretende “revitalizar, refundar as bases sociais, intelectuais, cívicas, culturais das direitas em Portugal”.
A iniciativa junta figuras do PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Aliança, mas “ninguém renuncia às suas militâncias partidárias, ninguém sacrifica as suas diferenças”, assegura Miguel Morgado, prometendo a apresentação do manifesto no próximo dia 23 de março.
“Estamos aqui para fazer um trabalho propedêutico para a ação dos partidos em que nós militamos e, depois, serão os partidos que terão de interpretar claro, segundo as suas estratégias, a análise da circunstância das políticas” prossegue Miguel Morgado, insistindo que o movimento não pretende “substituir-se aos partidos”.
O Mov 5.7 foi inspirado na data de formalização da Aliança Democrática há 40 anos, com o PSD, o CDS e o PPM, liderado, então, por Francisco Sá Carneiro.
“Viemos para abrir um espaço de reunião e refundação das direitas e de toda a família não socialista. Queremos conversar e discutir todos os temas, grandes e pequenos, que nos ligam ao futuro, sem tabus nem conformismos”, escreveu esta terça-feira nas redes sociais, o deputado Miguel Morgado que não tem escondido a sua ambição de um dia vir a ser líder do PSD.
Por agora, o discurso é o de que o movimento não serve para negociar com os partidos. “Não há aqui nenhum equívoco sobre isso”, acrescenta Miguel Morgado, usando a agricultura como exemplo para explicar a tarefa do movimento: “Há um trabalho que é preciso fazer, imagine um terreno que tem que ser arado e fertilizado para fortificar. Queremos fazer esse trabalho. Depois os partidos colherão esses frutos como entenderem”.
Na lista de fundadores está, por exemplo, o antigo diretor de campanha de Cavaco Silva, Alexandre Relvas, a vice-presidente do CDS Cecília Meireles, bem como as deputadas centristas Ana Rita Bessa e Vânia Dias da Silva, mas também o presidente da Iniciativa Liberal, Carlos Guimarães Pinto, ou João Pedro Varandas, do partido Aliança, o historiador Rui Ramos, os antigos secretários de Estado Pedro Lomba e Francisco José Viegas, o antigo ministro da Agricultura do PSD, Carlos Costa Neves ou Maria João Avillez.