Radovan Karadzic, antigo líder sérvio da Bósnia e um dos cérebros do cerco a Sarajevo e do massacre de Srebrenica, entre 1992 e 1995, viu hoje alterada para prisão perpétua a sua condenação inicial a 40 anos de prisão decretada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). A decisão teve o voto contra do juiz Ivo Rosa, que integrou este tribunal internacional formado em Haia para suceder ao TPI, composto por cinco magistrados de diversas nacionalidades.
A sentença é inédita e acaba por agravar a pena de 40 anos de prisão por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra durante a guerra na Bósnia a que Karadzic fora condenado pelo TPI em primeira instância e da qual recorreu entretanto.
A maioria do colectivo de Haia considerou, porém, que este é o caso mais grave que alguma vez julgou, classificando o cerco a Sarajevo e o massacre de Srebrenica como os mais atrozes crimes contra humanidade ocorridos na Europa a seguir à Segunda Guerra Mundial.
O juiz Ivo Rosa e o colega espanhol votaram contra por considerarem que a pena aplicada pela primeira instância (o TPI) era suficiente. Karadzic tem atualmente 72 anos está detido em Haia.